Fui pela
primeira vez ontem, a um encontro de “apaixonados” pela fotografia, o promotor
de tal evento é uma pessoa com “provas dados” no mundo e na arte de fotografar.
Surpreendeu-me por ser uma “pessoa normal”, e por conseguir transmitir e
descrever o prazer que lhe dá fotografar. Consegui sentir nas suas palavras algumas
das minhas sensações quando tiro fotografias… foi um momento magico.
Confesso que
ia com uma grande dúvida… Ao fazermos da fotografia o “nosso sustento”, se a
mesma não se tornaria um modo de vida normal e chato, como a maioria de nós
temos!!
Nada disso,
vivi a magia apaixonante da fotografia, durante aquelas mais de duas horas, que
pareceram minutos, mas que se perlongarão por semana, e quem sabe por parte do nosso
futuro… Ouvir na primeira pessoa as aventuras e as histórias por trás de uma
foto. Uma outra maneira de ver a fotografia, é ouvir as sensações únicas que
sentimos ao captá-la…
A forma de
fazer sonhar é algo indescritível que a arte de fotografar nos proporciona… Qualquer
pessoa pode ser artista á sua maneira, basta colocar numa foto a sua paixão…
Reforcei a
ideia de que o “objecto” para fotografar não será mais de 20% da imagem
captada, e que mais importante do que isso, é o gosto, a paixão, a luz, a persistência
e sempre alguma dose de sorte…
Só pelo
simples facto de começar a fotografar não me tornou uma pessoa melhor, mas
seguramente me tornou uma pessoa mais atenta, mais calma e mais sonhadora… é um
belo hobbie e um bom anti-stress. Uma fotografia minha não muda o mundo de
ninguém, mas seguramente já mudou o meu…
Sinto que é
um momento só meu, que consigo ter a liberdade que gosto, que preciso e que
muito prazer me dá… consigo gozar a magia do momento, e sentir-me diferente na
igualdade da vida em sociedade… mesmo que muitas vezes as pessoas que nos
rodeiam não consigam entender e dar valor a isso…
Diz o ditado
que: “uma imagem, vale mais que mil palavras”, mas é muito bom ouvir as mesmas
ditas por quem fotografou, por quem viveu a experiência e por quem encontrou
significado para captar o momento.
Desde que me
tornei “aprendiz de fotografo”(á dois ou três anos), noto que passo pelos
mesmos locais (há anos), mas que agora me parecem muito diferentes, dou por mim
a olhar para um simples “canteiro/vaso” e consigo ver, desde uma bela (e
normal) flor, uma erva daninha, ou simplesmente um beata ou outro tipo de “poluição”
e achar que é motivo para registar o momento, pelas mais variadas razões…
Na palesta
de ontem, todos as imagens eram “minhas conhecidas”, porque acompanho a pessoa
em questão á algum tempo, mas faltava alguma coisa, que ontem deu para
completar o círculo, faltava a explicação, as sensações sentidas, e as razões
que levaram a pessoa a registar para sempre aquele momento… Vi ontem que para
além de um bom orador, o fotografo tem de ser um apaixonado pelo que faz… e
quando isso é feito daquela maneira, só tem de sair um bom trabalho…
Obrigado
JS